quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Silêncio!


Para o meu riso.
Para o meu choro,
meu decoro,
meu falar.
Silêncio para amar.

Silêncio!
Por um momento,
não quer lamento, 
nem em vão silenciar.

Silêncio!
Não para emudecer
e de todo morrer.
Silêncio para viver.

Silêncio
para o sono 
e o acordar.

Silêncio!
Para o dono da beleza,
Senhor Pai da Natureza,
silencioso, falar.

Oldair Marques



domingo, 31 de julho de 2011

Tu, inspiração



Eu, um imenso rio de água doce
Que quer a ti como se preciso fosse
Que tua grande força, sem aguaceiro,
Enchesse, a transbordar, o meu leito fagueiro.

Tu, esse crescer intenso de amor
Que de mim não necessita para ser senhor
Que tanto é, que tanto faz, que tanto cria
Que nem mesmo sente se eu quero, ou poderia.

Nós, que a ternura da amizade uniu
E a seguir o alvo que ninguém previu,
Sem o abraço, quanto nos abraçamos! 
Sem o encontro, quanto nos encontramos! 

Eu, ainda eu, sem o teu perceber,
Em permanentes sonhos que ninguém vê,
Sendo um rio que todo a ti se oferece,
Sou mesmo a gota d’água que em tua ausência fenece.

Oldair Marques       




sábado, 16 de julho de 2011

O amor não passou




Não. Não passou.
Passaram-se anos,
séculos, 
e tua ausência perdurou.

Passaram-se todas
as vidas,
que nesta contenho,
depurando-me
sem tua presença.

Não. Não passou.
Ainda contenho,
de tantas vidas,
multidões de ti
que me invadem
de amor.

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