domingo, 13 de novembro de 2011

Em tempo de viver





Em tempo de viver

Ainda que pareça tarde,
é cedo para começar
em tempo de amar.

Ainda que pareça cedo,
é tarde para consertar
em tempo de recomeçar.

Ainda que pareça impróprio, 
é impróprio assim pensar
em tempo de se dar.

Ainda que pareça em vão,
é mediocridade parar
em tempo de continuar.

Ainda que pareça impossível, 
que o caminho se insinue
longe e indefinido,
não é nobre deter a esperança,
a fantasia,
o sonho desta poesia
Em tempo de viver.

Oldair Marques

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Viajante



Andei e,
até ontem,
tudo que vi 
não me impediu 
de continuar. 
E ando, então, até aqui.

Andei
até hoje, 
e tudo que senti 
nem suficiente é 
por tudo que pressenti.

E penso andar ainda.
E nem sei do porto.

Andarei assim 
até que não me comporte mais
o quadrante.

Serei, como então, 
andante, 
que lança versos grátis 
no mercado ambulante.
Um certo camelô 
que foge do rapa, 
mesmo dando amor.

Andando nesta viagem 
Passageira, 
Viajante é o que sou.

Oldair Marques

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Beije-o!


Beije-o!

Onde os beijos
que ele tanto pedia?
Não eras tu
que os impregnava
de lascívia?
Não eras tu
que os dava
quando nos braços
de Eros dormias?

Fica de bem
com a fantasia, mulher!
Deixa-te sonhar de novo,
apesar da lida.
Mais vale o eterno
encanto da promessa,
que o efêmero
beijo da despedida.

Oldair Marques

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